A expansão das classificações psiquiátricas nos últimos 30 anos e suas repercussões na psiquiatria infantil: o caso do Transtorno Bipolar em crianças e adolescentes / The expansion of psychiatric classifications in the last 30 years and its consequences in pediatric psychiatry: the case of bipolar disorder in children and adolescents

O diagnóstico do transtorno bipolar na infância só foi recentemente reconhecido na psiquiatria infantil, particularmente nos Estados Unidos. Até meados do século vinte não se acreditava que crianças pré-púberes pudessem apresentar sintomatologia compatível com esse diagnóstico, que foi descrito pela primeira vez por Emil Kraepelin no final do século XIX, com o nome de Psicose Maníaco-Depressiva. O termo Transtorno Bipolar foi usado em substituição à psicose maníaco-depressiva na passagem da segunda edição do manual diagnóstico e estatístico norte americano, DSM II, para o DSM III, em 1980. Entre 1994 e 2004 o número de crianças que receberam esse diagnóstico nos Estados Unidos sofreu aumento de 40 vezes, representando a maior bolha diagnóstica desde a primeira edição do DSM. Esse fenômeno resulta da modificação dos critérios diagnósticos pra o transtorno bipolar dos adultos, que são transpostos para a infância modificando seu pilar, que é a alternância entre estados opostos de humor, em um quadro crônico, não mais de depressão e euforia, mas agora de irritabilidade. Isso não aconteceu da mesma forma em outros países, onde as taxas de prevalência são infinitamente menores. No Brasil esses dados são ainda escassos. Nosso objetivo primário com esta pesquisa foi averiguar se o debate acerca do transtorno bipolar na infância é conhecido pelos psiquiatras infantis brasileiros e de que maneira essa discussão se reflete na prática clínica no Brasil. Essa avaliação foi realizada através da aplicação de entrevistas semiestruturadas a 20 psiquiatras infantis, localizados em cinco cidades de grande porte nos principais centros de formação e pesquisa do País. Pode ser constatado que os centros de pesquisa especializados no diagnóstico do transtorno bipolar na infância brasileiros repetem o modelo norte-americano, encontrando taxas muito próximas às encontradas naquele país, enquanto que serviços cujo atendimento não é organizado em função dos diagnósticos (CAPSi, por exemplo) apresentam um quadro bem diferente. O principal fator determinante desse cenário é a transposição da lógica da pesquisa, com suas escalas e instrumentos diagnósticos, para o campo complexo da prática clínica cotidiana, reproduzindo um modelo de avaliação descontextualizada e que desvaloriza a história pessoal da criança. Esta tese contribui para a ampliação do conhecimento sobre como parte importante dos psiquiatras infantis brasileiros lidam com a questão do transtorno bipolar na infância

Annual research review: re-thinking the classification of autism spectrum disorders.

BACKGROUND: The nosology of autism spectrum disorders (ASD) is at a critical point in history as the field seeks to better define dimensions of social-communication deficits and restricted/repetitive behaviors on an individual level for both clinical and neurobiological purposes. These different dimensions also suggest an increasing need for quantitative measures that accurately map their differences, independent of developmental factors such as age, language level and IQ. METHOD: Psychometric measures, clinical observation as well as genetic, neurobiological and physiological research from toddlers, children and adults with ASD are reviewed. RESULTS: The question of how to conceptualize ASDs along dimensions versus categories is discussed within the nosology of autism and the proposed changes to the DSM-5 and ICD-11. Differences across development are incorporated into the new classification frameworks. CONCLUSIONS: It is crucial to balance the needs of clinical practice in ASD diagnostic systems, with neurobiologically based theories that address the associations between social-communication and restricted/repetitive dimensions in individuals. Clarifying terminology, improving description of the core features of ASD and other dimensions that interact with them and providing more valid and reliable ways to quantify them, both for research and clinical purposes, will move forward both practice and science.

Annual research review: categories versus dimensions in the classification and conceptualisation of child and adolescent mental disorders--implications of recent empirical study.

The question of whether child and adolescent mental disorders are best classified using dimensional or categorical approaches is a contentious one that has equally profound implications for clinical practice and scientific enquiry. Here, we explore this issue in the context of the forth coming publication of the DSM-5 and ICD-11 approaches to classification and diagnosis and in the light of recent empirical studies. First, we provide an overview of current category-based systems and dimensional alternatives. Second, we distinguish the various strands of meaning and levels of analysis implied when we talk about categories and dimensions of mental disorder--distinguishing practical clinical necessity, formal diagnostic systems, meta-theoretical beliefs and empirical reality. Third, we introduce the different statistical techniques developed to identify disorder dimensions and categories in childhood populations and to test between categorical and dimensional models. Fourth, we summarise the empirical evidence from recent taxometric studies in favour of the 'taxonomic hypothesis' that mental disorder categories reflect discrete entities with putative specific causes. Finally, we explore the implications of these findings for clinical practice and science.

Tudo como dantes no quarteto de Abrantes: estudo das internações psiquiátricas de crianças e adolescentes através de encaminhamento judicial

A presente dissertação tem por objetivo estudar as internações psiquiátricas de crianças e adolescentes do sexo masculino realizadas através de ofícios dos Juizados da Infância e da Juventude do Estado do Rio de Janeiro, no período de 1994-97. Comparando-as com os demais pacientes do mesmo sexo, encaminhados por dispositivos não judiciais...This dissertation aims to study the psychiatric hospitalizations of children and adolescent males conducted through offices of the Courts of Children and Youth of the State of Rio de Janeiro in the period 1994-97. Comparing them with the other patients the same sex, referred by non-judicial devices ...

Urgencias en psiquiatria infantil y adolescente: apuntes para el nivel primario de atención / Urgencies in infant and adolescent psiquiatry: notes for the primary level of attention

Las urgencias psiquiátricas en el niño y el adolescente se manifiestan usualmente como alteraciones de los sentimientos, de la conducta o del rendimiento escolar y tienen su origen en tensiones físicas, contradicciones en la crianza, conflictos maritales, malos tratos, negligencia, pérdida de figuras significativas, etc. Es importante señalar que no existe una relación directa entre el factor causal y la aparición de los síntomas, esto depende de muchas variables como: temperamento, niveles de desarrollo, naturaleza y duración del estrés, experiencias pasadas y capacidad de la familia para adaptarse a nuevas situaciones. Frecuentemente los padres acuden a su médico de familia preocupados por saber si algunas conductas de sus hijos son normales o requieren intervención. En la presente revisión nos vamos a referir a problemas psicosociales que pueden dar lugar a manifestaciones psicopatológicas, las cuales necesitan de una intervención oportuna, pues de no hacerlo pueden provocar riesgo para la integridad física del niño, adolescente u otras personas; aparición de serias complicaciones y sufrimiento notable para el paciente o sus familiares. Nos vamos a referir entonces a: Abuso de sustancias, adopción, anorexia nerviosa, intento de suicidio, maltrato infantil, provocación de fuego y reacción de duelo. Haremos énfasis en la valoración clínica de los trastornos, factores de riesgo que contribuyen a la aparición de estos y el manejo en el nivel primario de atención para prevenir complicaciones

Trastorno obsesivo compulsivo en niños

Objetivo: revisar el conocimiento actual sobre el trastorno obsesivo compulsivo (TOC) enfatizando en las particularidades de la enfermedad en niños y adolescentes, en lo que respecta a diagnóstico, evolución, presentación clínica, tratamiento y pronóstico. Método: se realizó una búsqueda Medline a partir de 1990 y se emplearon algunas referencias de valor histórico, para valorar las experiencias con pacientes y sus resultados. Resultados: se trata de un diagnóstico laborioso, por cuanto los síntomas son secretos, a veces no molestan al paciente y la consulta es por ansiedad, depresión o porque se altera la convivencia y quienes los rodean son los que se molestan. Conclusiones: el TOC es una enfermedad que comienza en la infancia y continúa en la vida adulta, se trata de una entidad permanente, que cursa con exacerbación de ansiedad y depresión y que requiere tratamiento especializado en forma continua.

Clasificación y nomenclatura en psiquiatría infantil / Classification and nomenclature in child psychiatry

Partiendo de la necesidad de un enfoque que tome en cuenta la diversidad cultural y las circunstancias atípicas que se dan en el desarrollo de los niños en nuestro ámbito latinoamericano, se revisan los múltiples aportes que han ido consolidando conceptos y dimensiones de importancia para la clasificación de la psicopatología del desarrollo. Se pone énfasis en los trabajos de Achenbach, Rutter, la escuela francesa: las propuestas de Leñero, Rocha y otros; así como se comparan los sistemas originados en la Asociación Psiquiátrica Americana y la Organización Mundial de la Salud. Se propone la consideración de los factores psicosociales como eje central en los esquemas clasificatorios en boga.

The weight of such factors as cultural diversity and atypical patterns of development are stressed on the case of latinamerican children. Keeping that in mind, the major conceptual and dimensional scope of developmental psychopathology constructs in classification are reviewed. The importance of Achenbach, Rutter and the French school is underlined, side by side with the works of Leñero and Rocha. A comparison between APAÆs Diagnostic and Statistical Manuals and WHOÆs International Classification of Diseases is produced. The central role of psychosocial factors in updated classificatory schemes is proposed.